Há algum tempo chegaram às minhas mãos dois CD-Rs do grupo paulista, de Bauru, bonequinho: Alien Totem e Gottanz – Volume I. Fiquei imediatamente chapado quando os escutei! Poucas vezes ouvi grupos brasileiros fazendo um rock tão visceral, underground e experimental, com influências – ou semelhanças – tão importantes e variadas.
Com total liberdade criativa, eles conseguiram produzir um estilo em que transitam do rock alemão eletrônico setentista de K(C)luster e Neu a King Crimson, Frank Zappa, Magma (e Zeül Music em geral); de Hawkwind aos punk psicodélicos japoneses dos anos 80 e 90; da brutalidade noise industrial à eletrônica hipnótica e uma tonelada de outras influências punk, heavy, concretistas etc. As faixas são quase sempre bastante longas, carregadas de experimentalismos e improvisações. A discografia deles é composta pelos CDs Pre-Post (1993-2000), Vinil/Nihil (1998-2001), Desarte (2003), Alien Totem (2006), Mimeto Pascal EP (2006) e Gottanz (Volume 1) (2007), além várias fitas de áudio e de vídeo. Toda sua produção é editada pelo selo Platonic(a)Music(a), do próprio grupo, sempre em tiragens mínimas e não distribuídas comercialmente. Gottanz (Volume 1), por exemplo, foi lançado em uma tiragem limitada a 77 cópias feitas artesanalmente.
O grupo pode ser achado em vários endereços Internet afora, onde todo o material é disponibilizado livremente. Anote: www.bonequinhologia.blogspot.com, www.tramavirtual.com.br/bonequinho, www.orkut.com/Community.aspx?cmm=8281117, www.myspace.com/bonequinho e museudofuturo@gmail.com.
Coerentes em sua linha de anarcopensamento, eles intitularam a comunidade que mantém no Orkut de bonequinho é uma banda? Aproveito a deixa e digo: sim, bonequinho é uma banda! Uma banda com som e postura instigantes, agressivos e provocativos, sem meio-termo, sem concessões. Se você não recua diante desse tipo de experimentação sonora/sensorial, deixo o convite: corra atrás, descubra, abra a cabeça e aumente o som, ou vice-versa.
Até a próxima!
(Publicada originalmente em 2008)
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