sexta-feira, 30 de abril de 2010

Erotic Disco Music à brasileira

Na semana passada, o assunto foi o erotic funk. Nesta, vou abordar um pouco a vertente erotizada da disco music brasileira.

Quando surgiu no Programa Carlos Imperial, na extinta TV Tupi do Rio, nas sensuais noites de sexta feira do longínquo ano de 1979, cantando (hã??) o clássico mega hit disco-kitsch Freak le boom boom, a musa rebolativa Gretchen não só apresentava a uma ávida audiência seus dotes físicos – esses bem interessantes! – como fazia chegar ao mercado popular a “discoteca” sensualizada à brasileira. A citada música era o carro-chefe do seu primeiro LP, My name is Gretchen, produzido pelo seu descobridor e empresário, o espertíssimo argentino Santiago “Mr. Sam” Malnati. Esse disco trazia também as cool e sexy Shake shake aia! e Boogie boogie e mostrava a, digamos assim, intérprete, em uma foto de capa pra lá de sensual, além de vir acompanhado de um pôster dela, um total item de colecionador!

Por falar em Gretchen, seu auto-intitulado LP, de 83, traz outro clássico, uma verdadeira e inesperada surpresa: uma versão erotic funk, super sexy e muito bacana, para o samba-funk de Jorge Ben(jor) Ela tem raça, charme, talento e gostosura, com o auxílio luxuoso de Luis Vagner na guitarra jazzy e vocal, e um nervoso naipe de metais. Seguindo essa linha gostosona, sensual, sussurrante & dançante, temos a ex-chacrete Fernanda Terremoto com a também surpreendente e sexy Eu quero te amar. Composta por ninguém menos que Tim Maia e lançada em compacto simples (com a bela seminua na capa, claro!) em 84, a música soa no estilo disco funky da clássica e sensacional dupla Robson Jorge & Lincoln Olivetti.

The Freedom Machine, grupo fake brasileiro, em seu LP Erotic Discotheque, de 78, também produzido pelo Mr. Sam, inclui a matadora versão disco-funk para a música Jangada (composição da dupla Dom & Ravel), com um vocal feminino cheio de sussurros e batidas afro. Free love segue em uma mescla de euro disco com toques de samba, misturando Fender Rhodes e riffs de sintetizador com cuíca e guitarra pesada com vocal feminino. O restante do disco traz umas faixas disco-samba estranhíssimas, bem legais, de tão esquisitas que são. Como detalhe, a versão original de Jangada saiu em 77 no LP Em todos os tempos, de Dom tem uma levada mais disco que é muito interessante, totalmente fora do estilo brega habitual do cantor.

Profissão mulher, um escasso LP de 82, trilha sonora da pornochanchada homônima, nos brinda com a atriz, dançarina e modelo Wilma Dias cantando (em português e francês) e sussurrando a única faixa inédita do disco, a pérola inspiradora La massagiste, de Lincoln Olivetti & Robson Jorge. Curiosidade: a capa traz a foto da ex-atriz Simone Carvalho, estrela do filme, nua e lindíssima.

Bons sonhos!!

(Publicada originalmente em 2007)

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