sexta-feira, 30 de abril de 2010

Música Cósmica, Vertente Progressiva na Alemanha.

Estamos reeditando a coluna Lado B, anteriormente publicada no portal Visto Livre, onde abordados discos e artistas tipicamente “lado B”, numa referência ao lado mais obscuro, desconhecido, sem sucesso, da música – isso numa visão do grande público e da grande midia. Não vou me ater a enfocar um estilo ou qualquer outra referência pré-determinada; meu objetivo é fazer um passeio por diferentes caminhos sonoros, indo do rock progressivo à MPB experimental, passando por fusões inusitadas, sons estranhos e esquisitices sonoras em geral.


Hoje falo um pouco sobre um gênero surgido no bojo do rock progressivo alemão do início dos anos 70, a Música Cósmica.

Vertente tipicamente teutônica, altamente influenciada pela psicodelia dos anos 60 e suas pesquisas sonoras, seguiu as pegadas deixadas pelo experimentalismo Hippie rumo às culturas afro-indo-orientais e sua música. Soa sempre com uma tonalidade mística e introspectiva. Numa análise geral, caracteriza-se por ter trazido para o rock progressivo uma aura lisérgico-espacial-meditativa, usando ainda toques de jazz, do jazz-rock, do hard rock, da música étnica do Oriente Médio, Norte da África e da música folk européia. Aliada ao uso pesado da eletrônica experimental do início dos anos 70 (usando timbres e fraseados de sintetizadores Mellotron e Moog), usa de forma massiva vôos planantes de guitarras lisérgicas, seções rítmicas mântrico-hipnóticas, beirando o minimalismo, além de percussão sempre marcante, interjeições etéreas de flautas, violões acústicos, etc.

Como alguns grupos e discos desta corrente, cito os grupos alemães Popol Vuh (de extensa discografia), Yatha Sydra (LP A Meditation Mass), Agitation Free (Malesch e Second), Mythos (Mythos e Dreamlab), Ash Ra Tempel (fase inicial, com Ash Ra Tempel, Schwingugen, Seven Up – acompanhando Timothy Leary –, Join Inn e Starring Rosi), Between (Einstieg, And The Waters Opened, e outros), Emtidi (Saat), entre muitos outros que não cabem aqui neste espaço, a maioria lançada pelos selos Kosmische Muzik, Ohr, Pilz e Vertigo.

O estilo ultrapassaria as fronteiras espaço-temporais da Alemanha dos anos 70, chegando à Itália (LPs Fragments of Light e Portable Madness, do Sensation’s Fix; Naso Freddo, de Franco Falsini), Suécia (Frantiden Är..., do Algarnas Tradgard; Organic Mind Solution e Sailong the Seagoat, do The Spacious Minds, entre outros).

Por hoje é só. Até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário